Mais de 180 praias foram afetadas. Consumidor que comprou pacote para os destinos atingidos pelo óleo poderá remarcar a viagem sem multa
Fonte: Viagem e Turismo
Na quinta-feira, dia 17, o Ibama anunciou que, até o momento, 187 praias em 77 municípios e 9 estados do Nordeste foram atingidas por manchas de petróleo no oceano. Faz mais de um mês, desde o começo de setembro, que a região sofre com vazamento de óleo no litoral. São 2.200 quilômetros. Este é, em extensão, o maior derramamento de petróleo da costa brasileira nos últimos 30 anos e maior acidente ambiental da história do nosso litoral.
O vazamento se estendeu por boa parte da costa nordestina. O trecho que vai do sul no Alagoas até o norte da Bahia é o mais atingido. As primeiras manchas apareceram na Paraíba, mas se espalharam tanto para o norte quanto para o sul pelo movimento das marés e dos ventos – o que continua a acontecer, especialmente para o litoral sul: no dia 11, o óleo atingiu Salvador, a última capital nordestina afetada. Nesta sexta-feira (dia 18), a mancha chegou à praia dos Carneiros, em Tamandaré, Pernambuco.
Ainda não se sabe a origem exata do óleo, mas hipóteses apontam que ele é proveniente do vazamento de um navio-tanque. Uma pesquisa da UFBA afirmou que o líquido corresponde a um dos tipos de petróleo produzidos na Venezuela, resultado equivalente ao relatório produzido pela Petrobras e confirmado pelo Ibama. O país latino-americano nega a responsabilidade.
As manchas estão atingindo o litoral de maneira desigual e as praias são afetadas de maneira diferente. O Ibama publica periodicamente atualizações sobre a situação das praias. Elas são classificadas em quatro categorias: “Em limpeza”, “Não observado”, “Oleada – Manchas” e “Oleada – Vestígios/Esparsos”.
Em limpeza: local está em processo de higienização, realizada por órgãos públicos e pessoas da comunidade.Não observado: não foi visto nenhum vestígio de óleo, o que pode significar que ele foi eliminado de maneira natural.Oleada – Manchas: a porcentagem de cobertura de óleo no local varia de 11% a 50%. É a categoria mais grave.Oleada – Vestígios/Esparsos: a porcentagem de cobertura de óleo pode ser menor que 1% e no máximo 10%. |
O mais recente relatório do Ibama é de 17 de outubro. No dia 15, a força tarefa que cuida do vazamento afirmou que novas manchas não haviam sido registradas na segunda-feira (14). No entanto, a situação logo mudou: na atualização mais recente, o número de locais afetados foi de 166 para 187.
A seguir, confira um resumo da situação das praias em cada estado até o momento. Você pode acessar o relatório completo aqui.
Bahia
Na capital, Salvador, são oito praias registradas com óleo: Pituba e Jardim de Alah com manchas e Amaralina, Rio Vermelho, Praia dos Artistas, Praia do Corsário, Praia da Paciência e Jardim dos Namorados com vestígios. No dia 16, mais de 22 toneladas de petróleo foram retirados das praias da capital, de acordo com a prefeitura.
Nesta quinta-feira (17), o óleo chegou à Baía de Todos-os-Santos, maior baía do Brasil e segunda do mundo. Pedaços de óleo foram observadas nas pedras na região do Farol da Barra (ainda em quantidade menor), em Salvador, e na cidade de Vera Cruz, na ilha de Itaparica – nas praias de Jaburu, Tairu e Cacha Pregos.
A Praia do Forte, que antes estava classificada na categoria mais grave (manchas), agora está com vestígios e em processo de limpeza. Mais acima, a Praia de Imbassaí apresentou vestígios de óleo – diferente da Praia Sítio do Conde, que está com manchas. No extremo litoral norte do estado, próximo a Sergipe, a região da cidade Jandaíra é uma das mais afetadas do estado: a Praia de Jandaíra tem manchas de óleo e Mangue Seco, vestígios.
O estado da Bahia decretou estado de emergência, com o objetivo de auxiliar de forma mais eficiente os locais afetados pelo vazamento. O governo baiano estima que, até agora, 155 toneladas de óleo foram retirados de todos os municípios afetados.
Sergipe
É um dos estados mais afetados. Entre as praias atingidas, Atalaia Nova (Barra dos Coqueiros) e Caueira (Itaporanga D’Ajuda) estão com manchas. O óleo também atingiu de forma mais severa a Foz do Rio São Francisco.
Em Aracaju, a Praia do Saco e Atalaia estão em processo de limpeza – também o caso de Abaís, a 70 quilômetros da capital.
Alagoas
Em Maceió, foram observados vestígios nas praias de Pajuçara, Ponta Verde e Ipioca. Mais ao sul do litoral alagoano, as famosas Praia do Francês e a Praia do Gunga também foi constatado trações de óleo, mas a limpeza no Gunga já começou a ser feita pela prefeitura. Em Piaçabuçu, extremo litoral sul do estado, a Foz do São Francisco está com manchas.
Na direção contrária, ao norte de Maceió, a Barra de Santo Antônio foi classificada com manchas. No litoral norte, as paradisíacas Maragogi e Japaratinga também foram atingidas pelas manchas. Veja também
Pernambuco
Aos fãs do litoral pernambucano, uma notícia preocupante: as manchas de óleo chegaram na Praia de Carneiros. Um mutirão de limpeza já foi organizado para retirar o petróleo do local.
Nas proximidades do município de Ipojuca, outras praias também estão com vestígios, caso da Praia da Nossa Senhora do Ó e da Praia da Gamboa. Em Porto de Galinhas, indícios de petróleo não foram observados, até o momento.
Recife e Olinda também tiveram traços do óleo, em praias como da Boa Viagem e Del Chifre, respectivamente.
Paraíba
O município de Conde, a cerca de 35 quilômetros ao sul de João Pessoa, tem um belo litoral, que infelizmente foi afetado pelo vazamento. As praias de Gramame, Tambaba (a primeira oficial de nudismo do país), Jacumã e do Amor apresentaram vestígios de óleo.
Em João Pessoa, o fenômeno não foi observado nas praias de Tambaú e do Cabo Branco. Bem próximo da capital, em Cabedelo, as praias do Poço, de Camboinha e Intermares também não tiveram traços do material identificados. A famosa Praia Bela, no litoral sul,não foi atingida.Veja também
Rio Grande do Norte
De acordo com levantamento feito pela Folha de São Paulo, esse é o estado mais afetado da Nordeste, com 43 locais registrados. No momento, não existem regiões com manchas, apenas vestígios.
Entre as localidades classificadas com traços de petróleo, podemos citar o trecho da Via Costeira, em Natal, a Praia do Amor, a Praia do Giz e a Praia da Simbaúma, em Tibau do Sul. Ao norte da capital, as praias de Jenipabu e Maracajaú foram atingidas. No sentido contrário, a Baía Formosa e Pirangi do Norte também.
Em Natal, a praia de Ponta Negra e a Praia do Forte não tiveram indícios de óleo observados, assim como a icônica Praia da Pipa, em Tibau do Sul. Próxima à Pipa, a Barra do Cunhaú e a Praia de Perobas, em Touros, estão na mesma situação
Ceará
Não foi encontrado petróleo na Praia da Malhada, no cobiçado destino de Jericoacoara. Em Fortaleza, a Praia do Futuro havia sido interditada por estar imprópria para banho, mas um mutirão realizou a limpou. A Praia de Sabiaguaba está em processo de limpeza.
Já vestígios foram encontrados na Praia da Prainha, em Aquiraz, no Morro Branco, na Barra de Sucatinga e no Pontal de Maceió, todos ao sul de Fortaleza. Ao norte, a Praia de Lagoinha está classificada da mesma maneira. Veja também
Piauí
O único local com vestígios de óleo do estado, de acordo com o relatório mais recente do Ibama, é a Praia de Luís Correia. Já na Praia do Arrombado, Atalaia e na Praia do Coqueiro, todas no município de Luís Correia, o fenômeno não foi observado.
Maranhão
A Ilha Caçacueira, uma vila de pescadores em região de reserva, foi atingida por manchas. Na capital São Luís, o trecho da Avenida Litorânea está em processo de limpeza. Já na região dos Lençóis Maranhenses, os destinos paradisíacosda Praia Canto do Atins (em Barreirinhas) e Santo Amaro do Maranhão não tiveram traços de óleo observados.
Confira todas as praias afetadas aqui
AtençãoÉ altamente recomendável evitar o contato com as manchas. De acordo com o Procon, consumidores que tiverem comprado um pacote de viagem ou hospedagem para as praias atingidas pelo vazamento têm o direito de cancelar ou remarcar a reserva, sem multa, conforme matéria publicada pela Agência Brasil. |