O recente lançamento do visto de nômade digital na Itália oferece uma nova oportunidade para profissionais remotos. Agora, trabalhadores sem passaporte da UE têm a chance de viver e trabalhar no país por períodos prolongados. Desde 4 de abril, uma nova lei entrou em vigor, permitindo que pessoas sem passaporte da UE permaneçam legalmente na Itália e trabalhem a longo prazo. Essa iniciativa coloca a Itália entre os países da União Europeia que oferecem essa oportunidade, ao lado de nações como Espanha, Japão e outros, que já possuem programas semelhantes de vistos de nômade digital.
Como tirar o visto de nômade digital italiano?
Obter o visto de nômade digital na Itália não é uma tarefa fácil, sendo necessário atender a uma série de requisitos rigorosos. Os candidatos devem ser considerados ‘altamente qualificados’, o que implica exercer uma atividade laboral altamente qualificada, utilizando ferramentas tecnológicas para trabalhar remotamente, seja como autônomo, colaborador ou empregado de uma empresa, mesmo que não residam na Itália. Essa exigência está estabelecida no artigo 27 do código de imigração italiano.
Além disso, há um critério financeiro a ser cumprido. Os candidatos devem ser freelancers ou ter vínculo empregatício com uma empresa, com uma renda anual mínima de € 28.000 (aproximadamente US$ 30.000 ou R$ 150.000). Importante ressaltar que a fonte dessa renda não precisa ser exclusivamente proveniente do trabalho remoto; qualquer fonte de salário é aceitável.
Os candidatos também devem possuir um diploma universitário com duração mínima de três anos, uma licença profissional na área de atuação ou comprovar experiência notável por meio de documentação. Além disso, é necessário apresentar comprovantes de hospedagem e de cobertura de saúde na Itália, seja por meio de seguro privado ou inscrição no Serviço Nacional de Saúde italiano, que tem um custo de € 2.000 por ano.
Para solicitar o visto, os interessados devem se inscrever no consulado italiano antes de chegar ao país. O visto tem validade de um ano, com possibilidade de renovação uma vez estando na Itália. Após a chegada, é necessário solicitar o “permesso di soggiorno” dentro de oito dias, que é a permissão de residência. Trabalhadores autônomos também devem requerer um número de IVA italiano e procurar orientação sobre o pagamento de impostos locais.
Países que oferecem vistos de nômades digitais
A Itália e o Japão estão entre os países que passaram a oferecer vistos para nômades digitais, visando impulsionar o desenvolvimento econômico ao atrair trabalhadores estrangeiros de alta renda.
No Japão, os nômades digitais com renda anual superior a US$ 63 mil (R$ 323 mil) têm a oportunidade de solicitar o visto, desde que possuam um seguro de saúde privado durante a estadia de um ano no país.
Uma pesquisa recente da revista TimeOut classificou os países da União Europeia com base na facilidade de solicitação e obtenção de vistos para nômades digitais. A Romênia ficou em primeiro lugar devido ao processo simplificado, exigindo um salário mínimo mensal de US$ 4 mil (R$ 20,5 mil) e com um tempo de resposta online de apenas duas semanas. A Croácia ficou em segundo lugar, com requisitos similares, além de exigências relacionadas à acomodação.
A Espanha está posicionada no meio da lista. Para se tornar um nômade digital no país, é necessário se registrar pessoalmente em uma embaixada espanhola, com uma espera de 15 a 45 dias para obter uma resposta. No entanto, o salário mínimo mensal exigido é relativamente baixo, sendo de US$ 2.300 (R$ 11.812).
O processo para obter um visto de nômade digital no Chipre parece ser mais desafiador. Os candidatos devem primeiro estar no país, o que pode exigir um visto de turista. Além disso, é necessário um salário mínimo mensal de US$ 3.800 (R$ 19.516), além de exames médicos para garantir a ausência de doenças como hepatite B, C, tuberculose ou HIV.
Outros países, como Andorra, Montenegro e Letônia, planejam lançar programas semelhantes em breve. Enquanto a Alemanha não possui um visto específico para nômades digitais, oferece o visto de freelancer, com validade de três meses, que pode ser convertido em uma autorização de residência de três anos, dependendo das circunstâncias.
VIA FORBES
